04/02/2009 16h43 - Atualizado em 18/08/2015 10h53

Estado vai investir na recuperação da infraestrutura de municípios castigados pela chuva

No distrito de São Vicente, em Cachoeiro de Itapemirim, o cenário é muito desolador. Os estragos decorrentes da chuva em excesso que atingiu a localidade na última semana estão evidentes em todas as partes. Das 100 famílias que vivem em São Vicente, 55 contabilizam prejuízos sérios. Ao todo 15 casas foram destruídas completamente e outras 22 estão interditadas.

Nesta quarta-feira (04), o vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço, e o secretário de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, Paulo Ruy Carnelli, estiveram em São Vicente e Castelo para definir quais os investimentos imediatos que o Governo do Estado vai coordenar, em parceria com as respectivas prefeituras, para recuperar a infraestrutura destruída.

“É nessa etapa que vamos concentrar os trabalhos. As comunidades precisam ter os acessos restabelecidos e as famílias que estão desabrigadas ou desalojadas, uma nova moradia. Num primeiro momento realizamos o trabalho emergencial de socorrer quem perdeu tudo, repassando alimentos, remédios e cobertores. Com as conversas que realizamos aqui hoje, a comunidade identificou as prioridades e o Governo do Estado vai liberar recursos para atendê-las. Os prejuízos materiais foram muitos, mas felizmente não houve vítimas”, destacou o vice-governador, Ricardo Ferraço.



Após andar pelas áreas atingidas no distrito de São Vicente, a comitiva do Governo do Estado, o prefeito Carlos Casteglione, lideranças e moradores da comunidade permaneceram reunidos na Igreja Católica para definir os investimentos prioritários.



“Nossa maior preocupação é que as famílias não abandonem a comunidade. A situação é muito desanimadora e a angústia de todos é muito grande, mas com trabalho e ajuda vai ser possível recuperar tudo que foi perdido”, ressalta o presidente da Associação de Moradores de São Vicente, Luiz Carlos Costalonga.



Luiz Carlos Costalonga


Ficou ajustado que o Governo do Estado vai liberar recursos financeiros para reconstruir as duas pontes, recuperar os acessos e construir novas casas para quem teve a moradia destruída ou a tem interditada. Outro investimento, que será conduzido com rapidez, é recolocar o curso do córrego São Vicente no local de origem. A expectativa inicial é de que 40 casas sejam construídas.

“Fiquem tranqüilos que vocês não estão sós na reconstrução de São Vicente. Esse período de desilusões e incertezas é delicado, mas será superado, principalmente, com muito trabalho. Estamos unindo esforços para trabalhar firme, e com a sociedade. Num momento como esse, a franqueza é fundamental. A infraestrutura da localidade não será recuperada amanhã, como num passe de mágica. Tudo será feito com muito planejamento e responsabilidade. Não podemos cometer o equívoco de reconstruir as coisas de qualquer jeito”, complementa Ricardo Ferraço.

No local, máquinas e pessoas trabalham para limpar o rastro de lama, entulhos e inúmeras pedras que rolaram das encostas que ladeiam a comunidade. Por ser cercado por maciços rochosos, São Vicente possui áreas impróprias para fixar moradias e outras edificações.

“Contratamos a Universidade Federal de Viçosa (UFV) para realizar um estudo que vai definir quais são os locais que não apresentam riscos. As novas casas serão erguidas nesses locais, a partir de laudos técnicos, para que essa calamidade não aconteça novamente”, destaca o prefeito Carlos Casteglione.



Casa Calabrez antes.

Casa Calabrez depois.



Família de Mercedes e Manoel Calabrez


Este será o caso da família de Mercedes e Manoel Calabrez. Com a casa completamente destruída, eles não deverão retornar para o local de origem. “Nossa situação é muito complicada. Perdemos tudo, pouco após de investir na reforma total de nossa casa. Além disso, minha mulher possuía um quarto com oito máquinas de costura, usadas como uma pequena fábrica”, analisa Manoel Calabrez, que é agricultor e perdeu uma granja de porcos com 60 metros de extensão e diversos animais de pequeno porte.

Castelo





No município de Castelo, o vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço, e o secretário de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, Paulo Ruy Carnelli, estiveram reunidos com o prefeito Cleone Nascimento, acompanhado de secretários e vereadores do município.

A cidade, muito castigada pela enchente, teve mais de 50% do território inundado. Segundo relatório da Secretaria Municipal de Planejamento, 350 famílias vivem em áreas de risco, 166 estão desalojadas, 10 casas foram destruídas e 885 famílias dependem da doação de cestas básicas. Além disso, cerca de 1,2 mil quilômetros de estradas vicinais e 30 pontes necessitam de recuperação imediata.



“Realmente o estrago em Castelo é muito grande e inspira cuidados. Teremos que definir o que tem necessidade imediata para recuperação. O que posso garantir é que o Governo do Estado reúne condições imediatas de investir na construção de 100 moradias, para receber as famílias que têm a necessidade de desocupar os antigos imóveis. Sobre as pontes e estradas, vamos avaliar em conjunto com a prefeitura o que é mais estratégico para o município. Falo isso pois não há condições de realizar todas as intervenções ao mesmo tempo, o trabalho tem que ser gradativo”, ressaltou o vice-governador Ricardo Ferraço.



As casas serão construídas através de parceria com o município, sendo que a prefeitura arcará com a concessão do terreno e o Governo do Estado com os recursos e infraestrutura. Outro investimento será a realização de contenções de encostas no morro “Niterói”, que além de obras materiais, receberá a fixação de mudas florestais para recuperar a vegetação no local. Ficou acertado também que o Governo do Estado irá repassar ao município máquinas e equipamentos, como caminhões e tratores.
Nesta sexta-feira (06), o secretário Paulo Ruy e o prefeito Cleone Nascimento estarão reunidos em Vitória para ajustar as ações.

Confira mais fotos dos estragos causados pelas chuvas em São Vicente

Crédito: Romero Mendonça/ Secom










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