O Governo do Estado deu posse aos integrantes do Fórum Capixaba de Mudanças Climáticas (FCMC) em um evento que acontece na tarde desta quinta-feira (21), em Vitória. O Fórum é formado por mais de cinqüenta instituições envolvidas com o tema e conta com representantes da sociedade civil organizada, setor produtivo e poder público.

Na abertura do evento, o vice-governador e presidente do Fórum, Ricardo Ferraço, destacou o nível de comprometimento do Governo do Estado com a questão ambiental. “Esse é um tipo de desafio no qual o Governo sozinho pode muito pouco, por isso nosso esforço para trazer o tema ao debate com a sociedade. Precisamos traduzir os desafios em algo prático para que a sociedade nos ajude no enfrentamento desta questão. É preciso adotar uma atitude de direta relação com a eficiência das empresas, governo e cidadãos, lembrando que os recursos naturais são finitos e devem ser usados de maneira racional e sustentável”.

Ricardo Ferraço lembrou alguns projetos que já estão sendo desenvolvidos pelo Governo do Estado com vistas ao desenvolvimento sustentável. “Precisamos evoluir para transformar o Espírito Santo num Estado referência em sustentabilidade. O Fórum nos permitir realizar uma união de esforços para instituir políticas de redução da emissão de gases, como é o caso do ônibus do Sistema Transcol, que estão sendo monitorados sistematicamente. Também adotamos medidas como a utilização de madeira reflorestada nas obras realizadas pelo Governo do Estado, obrigatoriamente. Em breve vamos implantar regras rígidas para combate às queimadas da cana-de-açúcar. Além disso, já empregamos parte dos royalties do petróleo e, políticas públicas de combate às desigualdades sociais”, explicou.

A secretária Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Maria da Glória Brito Abaurre, disse que paralelamente ao estabelecimento do Fórum e a elaboração do Plano Estadual, o Governo do Estado já tem iniciado ações voltadas para o combate às mudanças climáticas, como: o programa ‘Espírito Santo Sem Lixão’ que prevê o aproveitamento do metano; o compromisso de dobrar a cobertura vegetal no Estado e a utilização de biocombustíveis na frota do Governo do Estado.

Nesse sentido, ainda há o Programa Capixaba de Materiais Reaproveitáveis; a implantação da coleta seletiva no Estado e o incentivo à coleta seletiva na sociedade e ainda o programa da gestão das águas a fim de diminuir o impacto das mudanças climáticas nas áreas suscetíveis à desertificação.

O FCMC é composto por um Comitê Executivo e uma Plenária e terá a missão de elaborar um Plano de Combate às Mudanças Climáticas no Espírito Santo. Segundo o secretário executivo do Fórum, Marco Cardoso, o Plano Estadual será abrangente e sugerirá práticas e políticas específicas para cada tópico levantado. “No processo de elaboração do Plano, serão levantadas e compiladas iniciativas de outros estados e governos pela Secretaria Executiva, associada ao Comitê Executivo” informa.

Concomitantemente com a elaboração do Plano, serão desenvolvidos quatro estudos voltados ao tema no Espírito Santo. São esses: um inventário de gases efeito estufa; um estudo dos impactos do aumento do nível do mar; um diagnóstico de processo erosivo no litoral e suas conseqüências e um estudo do impacto econômico e social decorrente das mudanças climáticas na agricultura.

O evento desta quinta-feira (21) ainda conta com palestra de um dos autores do recente estudo da Embrapa e da Unicamp sobre o impacto das mudanças climáticas na agricultura brasileira, Eduardo Assad. O outro palestrante do dia é o economista Sérgio Besserman, presidente do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos, do Rio de Janeiro, que apresentará aspectos gerais e econômicos das mudanças climáticas.

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