O governador Paulo Hartung se reuniu na tarde desta segunda-feira (06) com o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, que veio ao Estado para discutir estratégias de desenvolvimento nacional. A reunião foi realizada no Palácio Anchieta e contou com a presença de secretários de Estado e assessores do ministro.

Participaram da reunião o vice-governador e secretário de Transportes, Ricardo Ferraço, os secretários da Fazenda, Cristiane Mendonça, de Educação, Haroldo Corrêa Rocha, de Comunicação, Maria Ângela Galvão, de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, Paulo Ruy Carnelli, de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social, Givaldo Vieira, de Governo, Neivaldo Bragato, de Gestão de Projetos, Ênio Bergoli, de Economia e Planejamento, José Eduardo Azevedo, e a diretora-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves, Ana Paula Vescovi.

O ministro Mangabeira apresentou projetos em quatro diferentes campos buscando a construção de um novo modelo de desenvolvimento baseado na ampliação de oportunidades econômicas e educativas que seja reconhecido como um projeto de Estado e não de governo. As quatro áreas são relacionadas às políticas industrial, agrícola, educacional e de gestão.

“Todas as iniciativas apresentadas exigem colaboração federativa. A nossa tradição no Brasil é uma repartição rígida de competências dentro da federação. O governo federal faz uma coisa e os estados fazem outras. Para resolvermos nossos problemas, precisamos desenvolver um novo estilo de colaboração federativa, em serviço da construção de um novo modelo de desenvolvimento que é transformar a ampliação de oportunidades no próprio motor de desenvolvimento”.

Entre as iniciativas de oportunidade econômica citadas pelo ministro está uma política industrial e agrícola voltada para as pequenas e médias empresas. “O Espírito Santo é um Estado que tem perspectiva de gerar grande riqueza em setores concentrados, como siderurgia e petróleo e gás. A questão é como construir uma penumbra de empresas menores que sejam a base de uma estrutura econômica diversificada e democratizada”, disse.

Na área da educação, as iniciativas defendidas por Mangabeira incluem a criação de uma rede de escolas médias federais que combine o atual ensino geral com o ensino técnico e profissional, estes voltados para capacitações práticas genéricas. Pelo sistema, o governo federal seria o responsável pela instalação das escolas e o governo estadual faria a formação dos professores.

Outro tema debatido foi a qualidade na gestão pública. Segundo o ministro, a melhor maneira para se atingir um patamar satisfatório é a aplicação simultânea das agendas do século 19, com a constituição de uma burocracia meritocrática; do século 20, com a introdução do método gerencial no setor público; e do século 21, com a democratização do poder público e as parcerias com a sociedade. "A temática da gestão pública continua marginalizada no Brasil. Precisamos descobrir como levar essa temática para o centro do debate e mudar o cenário da gestão pública", disse.

De acordo com o secretário de Economia e Planejamento, José Eduardo Azevedo, o governo do Estado recebeu com entusiasmo e simpatia as iniciativas apresentadas pelo governo federal. “Nós ficamos agora com a tarefa de conduzir uma série de encontros entre a equipe do governo federal e as equipes locais de cada uma dessas áreas, no sentido de construirmos propostas inovadoras, de divulgarmos experiências exitosas aqui do Estado e de construirmos também parcerias entre o governo federal e o estadual, entre os diversos ministérios e as secretarias estaduais no sentido de aprimorar e gerar projetos inovadores nessas áreas”.

De acordo com o secretário a agenda para os encontros começará a ser construída já em novembro, com a expectativa de que ainda este ano possam ser identificados os projetos em cada área para seu desenvolvimento ao longo do ano que vem.

Encontros como esses vêm sendo realizados em vários estados do país pelo governo federal. Para o ministro Mangabeira as visitas são uma oportunidade de conhecer a realidade das diferentes regiões e debater o novo modelo de desenvolvimento.

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Texto: Mariana Montenegro