11/11/2011 14h38 - Atualizado em 18/08/2015 11h43

<b>Revista Fundações e Geotécnicas:<b> Obras de estabilização de encostas no município de Viana, no Espírito Santo

Revista Fundações e Geotécnicas - Edição de Novembro

População que foi atingida por temporais recebe medidas preventivas para evitar novos deslizamentos.

As fortes chuvas que atingem várias regiões do País se tornam presentes com frequência ao longo do ano, ocasionando deslizamentos de terras e diversos desastres naturais. No início de 2011, a região Serrana do Rio de Janeiro foi destaque pela tragédia devido aos escorregamentos de terras, intensificados por fortes chuvas. Mas esses acontecimentos não ficaram restritos apenas a esse local.
Recentemente, no mês de setembro, durante o inverno, a região de Santa Catarina, especialmente o Vale do Itajaí, Blumenau e Brusque, entre outras cidades, sofreram novamente com enchentes e deslizamentos.

E o problema com escorregamentos de terras continuam se fazendo presentes em diferentes estados e cidades do País, como, por exemplo, o município de Viana, no Espírito Santo, uma das cidades mais atingidas pelas chuvas que chegaram ao Estado no mês de março, provocando enchentes e deslizamentos de terra, deixando cerca de 310 Desabrigados, 120 desalojados, afetando duas mil pessoas.

De acordo com o Centro de Meteorologia do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Viana recebeu, em menos de 15 dias, o maior índice de precipitação de chuvas em todo o mês de março. A previsão era de 173 milímetros, mas choveu 514 milímetros, o que representou três vezes mais que o esperado.

As chuvas causaram alagamentos e deslizamentos em diversos bairros da cidade, como Areinha, Universal, Santo Agostinho, Campo Verde, Ribeira, Vila Betânia, Canaã e Ipanema.
O bairro Ipanema, em decorrência das fortes chuvas, sofreu quedas de barreiras, sendo atingido por toneladas de terra e pedras que se desprenderam de uma rocha, provocando a destruição de casas, fazendo com que diversas famílias deixassem suas moradias por conta da ocorrência de novos deslizamentos.

Por isso, o Governo do Estado do Espírito Santo, por intermédio da Secretaria de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb) realiza um investimento em torno de R$ 5,4 milhões no município para a execução de obras de estabilização de encosta no bairro Ipanema.

Trabalhos na região

De acordo com o Secretário da Sedurb, Iranilson Casado, aproximadamente 500 pessoas serão beneficiadas diretamente com os trabalhos na região. A obra consiste na construção de uma barreira dinâmica para contenção de blocos rochosos. Esta barreira é associada a um muro de concreto semi-armado. Os blocos com maiores dimensões que não poderiam ser contidos com esta barreira, serão barrados com contraforte – estrutura de concreto armado ancorado.

Entre os principais trabalhos a serem executados estão a remoção das edificações; a limpeza da área de 2.000 m² com remoção de entulhos; regularização da encosta, cerca de 20.000 m²; revegetação dos taludes erodidos pelo deslizamento com biomanta; execução de contrafortes ancorados junto à base do bloco de pedra instável; implementação de contrafortes chumbados para fixação de blocos; realização de drenagem superficial ao longo da encosta; execução de viga chumbada para fixação de conjunto de blocos apensos ao paredão; implementação de tela de alta resistência junto à escarpa rochosa para fixação de conjuntos de lascas e blocos instáveis; e construção de muros em gabião de impacto e vigas de fixação.

Essas intervenções que estão em fase inicial, têm como objetivo evitar que novos desmoronamentos atinjam as moradias do bairro Ipanema.

Ainda vem sendo realizada a conclusão da construção de muretas para condução de água pluvial e de estabilização de terra das encostas. No estágio atual, é feita a montagem da barreira dinâmica, em que estão concluídos os contrafortes, muretas e muros de concreto semi-armados.

O estudo para a realização das obras foi efetivado pela Fundação GEO-RIO, órgão da Secretaria Municipal de Obras da Prefeitura do Rio de Janeiro, que possui convênio com o Departamento de Estrada e Rodagens do Espírito Santo e, os recursos para a execução dos trabalhos são exclusivos do Governo, por meio da Sedurb.
Segundo o secretário Iranilson Casado, titular da pasta de desenvolvimento urbano, a obra será realizada em caráter emergencial para que a população atingida seja atendida. “Mas é importante ressaltar que determinadas áreas não devem ser ocupadas, pois são regiões que apresentam riscos naturais, causados por sua própria formação”, acrescenta.

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